terça-feira, 30 de novembro de 2010

Não pense duas vezes.



A felicidade é um susto. Chega na calada da noite, na fala do dia, no improviso das horas. Chega sem chegar, insinua mais que propõe... Felicidade é animal arisco. Tem que ser admirada à distância porque não aceita a jaula que preparamos para ela. Vê-la solta e livre no campo, correndo com sua velocidade tão elegante é uma sublime forma de possuí-la.
Felicidade é chuva que cai na madrugada, quando dormimos. [...] Felicidade é coisa que não tem nome. É silêncio que perpassa os dias tornando-os mais belos e falantes. Felicidade é carinho de mãe em situação de desespero. É olhar de amigo em horas de abandono. É fala calmante em instantes de desconsolo. Felicidade é palavra pouca que diz muito. É frase dita na hora certa e que vale por livros inteiros. Eu busco a frase de cada dia, o poema que me espera na esquina, o recado de Deus escrito na minha geladeira.
 Eu vivo assim: sem doma, sem dona, sem porteiras, porque a felicidade é meu destino de honra, meu brasão e minha bandeira. Eu quero a felicidade de toda hora. Não quero o rancor, não quero o alarde dos artifícios das palavras comuns, nem tampouco o amor que deseja aprisionar meu sonho em suas gaiolas tão mesquinhas. O que quero é o olhar de Jesus refletido no olhar de quem amo. Isso sim é felicidade sem medidas. O café quente na tarde fria, a conversa tão cheia de humor, o choro vez em quando.
Felicidades pequenas... O olhar da criança que me acompanha do colo da mãe, e que depois, à distância, sorri segura, porque sabe que eu não a levarei de seu lugar preferido.
A felicidade é coisa sem jeito, mas com ela eu me ajeito. Não forço para que seja como quero, apenas acolho sua chegada, quando menos espero. E então sorrio, como quem sabe, que quando ela chega, o melhor é não dispersar as forças. E aí sou feliz por inteiro na pequena parte que me cabe.
O que hoje você tem diante dos olhos? Merece um sorriso? Não pense duas vezes.

                                               Pe Fábio de Melo

Receita.



Para se roubar um coração, é preciso que seja com muita habilidade, tem que ser vagarosamente, disfarçadamente, não se chega com ímpeto, não se alcança o coração de alguém com pressa. Tem que se aproximar com meias palavras, suavemente, apoderar-se dele aos poucos, com cuidado. Não se pode deixar que percebam que ele será roubado, na verdade, teremos que furtá-lo, docemente.

                                                                 Luís Fernando Veríssimo

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Vaamos?





Vamos parar de programar a vida. Vamos tentar viver ao máximo, e deixar as tristezas pra amanhã. Vamos fazer o que tiver vontade, vamos amar sem medir tamanhos, vamos comer muito, vamos rir muito. Vamos levar a vida da melhor maneira possível. Vamos dizer “eu sou feliz”, mas não com lágrimas nos olhos.  Gritar quando der vontade. Tente superar seus medos. E suas angústias. Enfrente os fantasmas que te rodeiam, pule barreiras, saia do armário se for preciso. Dance, mas dance enquanto teu corpo suporta. Ame, por favor, eu imploro, espalhe amor. Contagie pessoas, mostre o melhor de si.
                                                          
                                                                                                  Mayara Helen Zimerman

Começo, meio e fim.



Sempre acho que namoro, casamento, romance tem começo, meio e fim. Como tudo na vida. Detesto quando escuto aquela conversa:
- Ah, terminei o namoro… 
- Nossa, quanto tempo?
- Cinco anos. Mas não deu certo, acabou.
- É, não deu? Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabouE o bom da vida, é que você pode ter vários amores. Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam. Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro. E não temos esta coisa completa. Às vezes ele é fiel, mas não é bom de cama. Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel. Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador. Às vezes ela é malhada, mas não é sensível. Tudo nós não temos. Perceba qual o aspecto que é mais importante e invista nele. Pele é um bicho traiçoeiro. Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia. E ás vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona. Acho que o beijo é importante, e se o beijo bate: se joga! Se não bate, mais um Martini, por favor… e vá dar uma volta. Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra. O outro tem o direito de não te querer. Não lute, não ligue, não dê pití. Se a pessoa está com dúvida, problema dela, cabe a você esperar ou não. Existe gente que precisa da ausência para querer a presença. O ser humano não é absoluto. Ele titubeia, tem dúvidas e medos, mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta. Nada de drama. Que graça tem alguém do seu lado sob chantagem, gravidez, dinheiro, recessão de família? O legal é alguém que está com você por você. E vice versa. Não fique com alguém por dó também. Ou por medo da solidão. Nascemos sós. Morremos sós. Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado. E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento. Tem gente que pula de um romance para o outro. Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia? Gostar dói. Você muitas vezes vai ter raiva, ciúmes, ódio, frustração. Faz parte. Você namora um outro ser, um outro mundo e um outro universo. E nem sempre as coisas saem como você quer. A pior coisa é gente que tem medo de se envolver. Se alguém vier com este papo, corra, afinal, você não é terapeuta. Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível. Na vida e no amor, não temos garantias. E nem todo sexo bom é para namorar. Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar. Nem todo beijo é para romancear. Nem todo sexo bom é para descartar. Ou se apaixonar. Ou se culpar. Enfim… Quem disse que ser adulto é fácil?

                                                                                 Arnaldo Jabor

domingo, 28 de novembro de 2010

Descobri que sou Idiota!


    Nos dias de hoje, ser idiota é um privilégio. Os idiotas de hoje são aqueles que conseguem sorrir mesmo quando a dor aperta. São aqueles que ainda dizem eu te amo olhando nos olhos, que valorizam abraços e gostam de andar de mãos dadas. Idiotas são aqueles que crêem num sentimento sincero. São aqueles que não ligam para o que os outros dizem, eles se dão por completo. Idiota é aquele que pede desculpa mesmo sem ter errado; que pede licença, que dá bom dia, boa tarde, boa noite. Que pergunta "como vai?", "precisa de alguma coisa?", "tá tudo bem?". É aquele que lembra da infância e comemora o quanto foi bom. Idiota é aquele que ri de si próprio, que brinca de descobrir desenhos em nuvens, que anda descalço e toma banho de chuva. Que estende a mão pra ajudar quem for, que faz o bem sem olhar a quem. Idiotas se divertem. Idiotas tem amigos. Idiotas amam. Idiotas são felizes!

sábado, 27 de novembro de 2010

Ele.





Vejo-o de uma forma que nunca vi ninguém antes. Vejo-o com olhos que nunca tive, ou pelo menos os desconhecia em mim. Aliás, através dele eu passei a me descobrir (...). Amo o instante em que tira meus pés do chão. É como se tudo ao redor desaparecesse. Mas quando abro meus olhos, quando fixo os pés no chão novamente, tudo está lá de novo, e isso seria ruim, mas não é, pois passo a ver tudo com outros olhos, tudo se torna incrivelmente mais fácil. Ele me faz acreditar que somos possíveis. Me faz não querer descer dessa roda gigante que me leva tão alto, me dá sensações incríveis pelo corpo todo e me tira quase todo o folêgo. E eu que tinha medo de certas alturas(...). Na maior parte das vezes, parece um sonho, tão doce, tão tranqüilo, tão “não-me-acorde”. Mas ainda acho que ele existe. Por que como pode, eu me sentir tão viva? Como pode sentimentos se aflorarem tanto a flor da pele?. Torço com todo meu coração que ele exista.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Sabes



...de verdade mesmo, ás vezes me irrito com as pessoas. Como é possível elas mudarem tão repentinamente?! É assim que tenho observado, uma mudança súbita e sem explicação, seguida de desculpas. Geralmente são desculpas vagas, mas que podem até ter sentido, ou não. Esses fatos me levam a pensar, e se eu resolver sumir, de súbito desaparecer. Qual será a reação das pessoas que eu considero? Não sei... talvez só eu as considere, de fato. Essa sensação tem me acompanhado nos últimos dias, tem sido inquietante pra mim. É possível que seja mais uma de minhas paranóias, ou que eu esteja rodeada de pessoas bipolares... ou mesmo, que eu esteja passando por mais uma fase, daquelas que guardo milhares de borboletas no estômago.
                                                                                                                               Paula Alves.

Escolhas.





            Fiz muitas escolhas. A maioria, hoje percebo, foram corretas. Existe um momento, que é mágico, em que você precisa decidir se corre ou se fica. Normalmente, escolho ficar. Hoje eu vejo claramente. Em todas as vezes, assumo sem pudor, a minha vontade era de correr. Mas eu fiquei. Até onde eu conseguia, fiquei. Quando não dava mais eu pulava fora. E falo isso de todas as situações que vivi. Por isso, sou muito corajosa. Teve gente que já duvidou dessa minha força, mas eu enfrento o que vem pela frente, sim. Se uma coisa é importante para mim eu vou até o fim, mesmo que o mundo me diga para não continuar.

                                                                                      Clarissa Corrêa

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Sabe o dom de escutar? então...







...a gente ama não é a pessoa que fala bonito. É a pessoa que escuta bonito. A fala só é bonita quando ela nasce de uma longa e silenciosa escuta. É na escuta que o amor começa. E é na não-escuta que ele termina. Não aprendi isso nos livros.  Aprendi prestando atenção.

                                                                           Rubem Alves in “O amor que acende a lua- Se eu fosse você”

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Pra me ganhar...

                              ...é só olhar no meu olhar, é só olhar!